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Jeremias Macário fala sobre cenas de resistência em Vitória da Conquista
18 de novembro de 2023

Jornalista e escritor participa de bate-papo “Cenas da resistência na história de Vitória da Conquista”

A resistência não é apenas a habilidade de suportar pressões, mas a coragem de persistir mesmo quando tudo sugere desistência. Diante desse lema, o escritor e jornalista Jeremias Macário participou de um bate -papo com Elton Becker sobre as “Cenas da resistência na história de Vitória da Conquista”, na manhã desta sexta-feira (18).

A atividade fez parte da programação da FliConquista e foi realizada no auditório do Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima. O jornalista relatou as resistências vividas pelos povos negros e indígenas na história de Vitória da Conquista, sobretudo a resistência à ditadura civíl militar de 1964, com a cassação do prefeito José Fernandes Pedral Sampaio, que foi eleito constitucionalmente pelo povo na época. 

O curador adjunto da feira, Elton Becker, foi o mediador do bate-papo. Ele comentou sobre a importância do trabalho do jornalista como escritor e pesquisador, e destacou duas  de suas obras. “A resistência é luta, e o próprio Jeremias é um lutador. Na medida em que ele exerce o jornalismo e também a atividade de pesquisador de historiador. Quando ele publica, sobretudo dois livros muito importantes que é a Conquista dos coronéis e Conquista Caçada. É de uma importância muito grande. Isso traz à tona a memória, a história da cidade em uma feira literária.”

Jeremias é jornalista diplomado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e tem cinco livros publicados. Para ele, é necessário falar mais sobre a história de resistência da cidade. Em  seu livro “Conquista Caçada”, conta como Conquista sempre foi uma cidade resistente. “Demorei de dar o título ao meu livro e terminei colocando Conquista Caçada, pois Conquista tinha tinha escolhido o prefeito constitucionalmente, veio um regime militar e caçou um prefeito, caçaram o prefeito, caçou a cidade. Daí o título do livro, uma Conquista Caçada.” 

Durante a conversa, Jeremias fala sobre sua atuação no jornalismo e defende que a profissão seja atuada com responsabilidade e ainda explica conflitos com outros profissionais na busca pela verdade. “Às vezes eu tinha colegas que eu batia de frente, que eu dizia, como é que você quer exigir Liberdade? Tem direito a expressão, se você muitas vezes faz uma matéria sem fundamento, outras vezes tendenciosa, com viés de prejudicar alguém ou com viés político? Então, se você não tem responsabilidade, você não tem direito a exigir Liberdade”.

O bate-papo durou cerca de uma hora, e além da resistência, o convidado elogiou o tema de Feira Literária de Vitória da Conquista. Para ele, o lema “Literatura e Liberdade: Bicentenário da Independência da Bahia” também é um ato de resistência, ressaltando como é fundamental a presença dos jovens no evento. 

Na trama da vida, a resistência é o fio que tece a história da superação, transformando cicatrizes em emblemas de coragem. Essas são as raízes que compõem a luta do povo conquistense.

A FliConquista é realizada pelo Coletivo Barravento, composto por professores, produtores culturais, intelectuais e entusiastas da literatura, e conta com a parceria do Studio Palma e o apoio da Fundação Pedro Calmón, Governo do Estado da Bahia e Governo Federal do Brasil. A programação é completamente gratuita.

Para acompanhar todas as atualizações e informações sobre a FliConquista, siga o evento no Instagram.

Texto: Vitor Barboza. Parceria FliConquista, sob orientação de Paula Janay, e Avoador, produto laboratorial da disciplina Jornalismo Digital, do curso de Jornalismo da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb).

Fotos: Thiago Gama.